
A música de estreia de sua carreira musical será lançada em todas as plataformas digitais a partir deste sábado (8)
No Dia Internacional da Mulher, a cantora Malena entrega ao público uma obra de peso: seu mais novo single, “Madalena”. A canção, além de um marco em sua carreira, carrega uma potente reflexão sobre mulheridade, representatividade e o papel das mulheres trans na sociedade. Unindo elementos religiosos e contemporâneos, Malena reivindica espaço através de sua música, reinventa narrativas e convida o público a uma imersão sensorial e simbólica única partindo de sua vivência.
A composição de “Madalena” nasceu de um texto escrito pela artista em 2021. Desde então, o processo de criação da música caminhou em paralelo ao seu amadurecimento pessoal e transição de gênero.
“A música foi me acompanhando, como um espelho do meu autoconhecimento. Quando finalizei a composição, foi como se eu me oficializasse para mim mesma”, revela a artista.
Influência Cultural
Com referências que transitam entre a Tropicália dos anos 70, o pop contemporâneo e a sonoridade folclórica do boi-bumbá, a faixa se apresenta como uma verdadeira mistura cultural. O violão, a percussão marcante e a flauta dão à música uma identidade forte e reconhecível, resgatando elementos da música popular brasileira e do folclore amazônico, uma paixão declarada da cantora.
“A percussão e a flauta vêm muito da minha vivência com o folclore. Já fui a Parintins dançar pelo Garantido e esse universo está impregnado na minha identidade artística”, conta Malena.
O single também se destaca pela abordagem narrativa provocativa. A canção confronta hipocrisias e questiona os padrões sociais impostos às mulheres, sobretudo às mulheres trans. A referência a Maria Madalena carrega um simbolismo poderoso, remetendo à figura bíblica frequentemente marginalizada. “Não posso ser Maria, mas Madalena vive em mim” sintetiza a cantora apontando o embate e reafirma um espaço de existência e resistência.

Produção Técnica
A produção do single ficou a cargo de Guilherme Bonates, músico e produtor experiente que trouxe um olhar detalhado para a construção sonora da faixa. O trabalho cuidadoso garantiu um resultado que mescla experimentalismo e referências bem definidas, explorando a flexibilidade da linguagem pop para construir uma canção ao mesmo tempo densa e dançante.
A performance também se destaca como um dos pilares do projeto. A artista traz um alter ego de palco que flerta com o teatro e a dança, incorporando símbolos religiosos em uma atmosfera carregada de misticismo. O videoclipe do single reforça essa estética, com referências à Santa Ceia e à teoria do Código da Vinci, que sugere a presença de Maria Madalena entre os discípulos.
A escolha da equipe de produção e elenco do videoclipe foi pautada na representatividade. Malena fez questão de ter artistas trans no projeto, tanto na dança quanto nos bastidores. A cantora, que trouxe K4lyope para cena, nome artístico da também cantora Alessandra Liberato que integra a nova geração de cantoras trans do pop manauara. A coreografia foi criada em parceria com Gandhi, diretor de dança que acompanha a trajetória artística de Malena e que desempenhou um papel fundamental na concepção do espetáculo visual da obra.
Liberdade Artística
Com “Madalena”, a cantora lança um convite à reflexão, à celebração e ao movimento. A música não é apenas um manifesto, mas também um convite à dança e à liberdade.
“Quero que as pessoas se sintam transportadas para um universo onde possam existir livremente. Essa música tem esse potencial, e eu sei que ela pode fazer isso”, conclui a cantora.
O single está disponível em todas as plataformas digitais a partir das primeiras horas do dia 8 de março, sábado, quando se celebra o Dia Internacional da Mulher. O videoclipe promete trazer ainda mais camadas ao conceito da canção.
Fotos: Demi Brasil